Cerca de metade dos portugueses que sofrem de apneia do sono, patologia que aumenta o risco de problemas cardiovasculares, não têm a doença diagnosticada -- revelou hoje a presidente da Associação Portuguesa de Sono (APS), Marta Gonçalves. Hoje celebra-se o Dia Mundial do Sono.
"Muitas vezes, os sintomas não são valorizados, as pessoas pensam que ressonar é normal", considerou a médica, em declarações à agência Lusa a propósito do Dia Mundial do Sono, que é assinalado esta sexta-feira.
Estima-se que a síndrome da apneia do sono atinja cerca de cinco por cento dos portugueses e o ressonar intenso "é um dos primeiros sinais de alerta", a que se juntam outros como a sensação de noite mal dormida, cansaço, sonolência, ansiedade e dificuldades de concentração e memória -- é referido numa nota de imprensa.
Para assinalar este dia, a associação organiza a 30 de março, no Palace Hotel do Bussaco, no Luso (Mealhada), o simpósio "Uma Lufada de Ar - Atualização em Ventilação na Patologia Respiratória do Sono".
De acordo com a presidente da APS, a ventilação "é o tratamento de eleição nas situações mais acentuadas de apneia do sono" e o simpósio, que conta com vários especialistas internacionais, pretende dar a conhecer as últimas inovações nesta área.
Segundo a médica pediatria Maria Helena Estêvão, a apneia do sono também afeta as crianças, estimando-se que 1 a 3% das crianças em idade escolar sofram desta patologia.
Tal como nos adultos, o primeiro e mais frequente sinal de alerta é o ressonar, acompanhado de um sono agitado. Mais tarde, surgem outras manifestações diurnas como dificuldades em acordar, dores de cabeça matinais, mau humor, hiperatividade e, nas crianças mais velhas, dificuldades de aprendizagem - lê-se na mesma nota.
"Quanto mais tardio for o tratamento da apneia, maior é a probabilidade de algumas alterações se tornarem irreversíveis", alerta a médica do Hospital Pediátrico de Coimbra.
De acordo com a presidente da APS, a insónia é a perturbação do sono mais frequente na população portuguesa, atingindo 17 a 18% das pessoas.
"É natural que em alturas de crise, haja mais depressão e ansiedade, que não são muito favoráveis ao sono", adiantou a psiquiatra à Lusa.
A médica aconselha as pessoas "a tentarem deixar, nas 24 horas do dia, o tempo necessário para o sono, uma função essencial para o bem-estar físico".
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