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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uma em cada 10 crianças sofre de obesidade

Para combater problema, secretarias de Saúde e Educação atacam em várias frentes na cidade


Milhares de crianças e jovens, de escolas em Bauru e dezenas de outras cidades, participaram nesta quarta-feira do Dia do Desafio, competição amigável entre cidades do continente americano para mobilizar o maior número de cidadãos para a prática de qualquer atividade física.

O objetivo do evento é promover novas atitudes e conscientizar a população sobre a importância da prática regular da exercício físico para a manutenção da saúde.

Apesar dessas ações pontuais, a obesidade é um problema que só cresce atualmente. O número de paulistas de 18 anos acima do peso triplicou em três décadas, segundo pesquisa feita pelo Instituto Dante Pazzanese. O estudo, feito pela divisão de nutrição clínica do instituto, usou os registros de 2,54 milhões de alistados no serviço militar no estado entre 1978 e 2008.

Segundo o estudo, no final dos anos 1970, apenas 0,9% dos alistados eram classificados como obesos. Em 2008, a taxa dos jovens na faixa de obesidade subiu para 2,8%.

“O Brasil vai gastar cada vez mais dinheiro por causa de doenças relacionadas à obesidade”, avisa Daniel Magnoni, médico da divisão de nutrição clínica do Dante Pazzanese e  coordenador da pesquisa.

De acordo com especialista, o obeso já pesa no custo da saúde no Brasil, seja por causa de uma unha encravada ou por uma cirurgia neurológica. “O período de internação no hospital é sempre mais longo para quem está acima do peso”, aponta.

E o problema da obesidade é detectado em Bauru. Segundo um programa que acompanhou 1.945 crianças de 0 a 4 anos, 11 meses e 29 dias do município, 10,7% (208) delas apresentaram peso acima do indicado para a idade.

Chefe da seção de programas especiais do Depac (Departamento de Planejamento, Avaliação e Controle) da Secretaria Municipal de Saúde, Cibele Barbosa Alves Bormio conta que a pesquisa foi realizada nas unidades básicas de saúde e avaliava o estado nutricional dos pequenos.

Peso, altura, índice de crescimento e desenvolvimento dentro da faixa etária foram alguns dos pontos observados nas crianças. Para Cibele, a porcentagem de obesos é preocupante. “É um índice que precisa ser monitorado de perto. Quem apresentou obesidade passou a ser acompanhado por profissionais da unidade de saúde, como médico e nutricionista”, revela

Cuidados/  O médico Daniel Magnoni conta que com comidas muito calóricas e a falta de atividade física, já há casos infantis de colesterol alto por má alimentação.

Problema que o Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação de Bauru quer evitar ao máximo. Para isso, com o objetivo de traçar o diagnóstico nutricional dos alunos matriculados na rede municipal e estadual, iniciou uma parceria com universidades por meio de estágios do curso de nutrição.

Esses futuros profissionais realizam a coleta de dados antropométricos (peso e estatura) dos estudantes. Neste primeiro semestre de 2012 estão sendo avaliados os alunos das 22 EMEIIs com idade entre 2 e 5 anos. “Com os dados em mãos, será possível identificar o perfil nutricional desses alunos e realizar um acompanhamento com aqueles que apresentarem desvios nutricionais”, aponta a secretaria de educação, por meio da assessoria de imprensa.

Além disso, o cardápio servido nas instituições públicas de ensino é nutricionalmente balanceado, contém alimentos variados, seguros, que respeitam a cultura e hábitos alimentares saudáveis. “É elaborado para suprir as necessidades do aluno durante sua permanência na unidade escolar, que varia de 20% para os alunos matriculados no sistema parcial e 70% para os alunos no sistema integral.” 

Palestras/  O Departamento de Alimentação também elaborou palestras com o objetivo de conscientizar a comunidade escolar sobre alimentação saudável, que são apresentadas conforme solicitação das unidades escolares. Além disso, encontra-se em fase de pretende levar a educação nutricional para as salas de aulas com a utilização de cartilhas educativas.

Tudo pelo bem da saúde.


Diminuição do leite materno é uma explicação

Segundo o médico  Daniel Magnoni, entre os fatores que justificam o aumento da obesidade no universo masculino está o estímulo do aleitamento artificial em detrimento do aleitamento materno. Além disso, a elevação do sedentarismo durante a infância e a juventude, o maior consumo de fast-food e a mudança do perfil nutricional da família brasileira também contribuíram para o crescimento da obesidade no universo masculino.

“O jovem brasileiro deixou de comer arroz e feijão para se alimentar mais de massas e de doces”, afirma Magnoni.

Entre medidas sugeridas pelo especialista para controlar o avanço da doença na população paulista está a implantação da educação nutricional na pré-escola, o aumento da realização da atividade física e também a desoneração de imposto dos alimentos mais saudáveis, como frutas e verduras.

A obesidade é definida para pessoas que tem o índice de massa corpórea maior do que 30. Esse índice é calculado através da divisão do peso pela altura, elevada ao quadrado (IMC=P/H²). Além de diminuir a qualidade e a expectativa de vida, a obesidade aumenta o risco do desenvolvimento de diabetes, hipertensão, doenças coronariana e acidentes vasculares.

Recentemente, um estudo divulgado pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde, mostrou que a obesidade tinha aumentado no país - a pesquisa, diferentemente do estudo do governo estadual, levou em conta homens e mulheres.

O tamanho do problema


2,8% 
É a porcentagem de paulistas de 18 anos acima do peso


10,7% 
É a porcentagem de crianças de 0 a 4 anos e 11 meses em Bauru que apresentam obesidade

 1.945 
É o número de crianças acompanhadas pelo programa bauruense

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