Oftalmologista tira dúvidas sobre a doença que pode levar a cegueira; entidade faz campanha em São Paulo
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| Dupla de atores Olho e Colírio vai atuar na campanha de conscientização do glaucoma Divulgação |
A Sociedade Brasileira de Glaucoma e Chefe do Setor de Glaucoma da Unicamp promove, a partir dessa segunda-feira, em São Paulo, diversos eventos para lembrar o Dia Nacional de Combate à Cegueira causada pela doença, que é celebrado no dia 26 deste mês. O mal, que acomete mais de um milhão de brasileiros e mais de 60 milhões de pessoas no mundo, é a maior causa de cegueira irreversível do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
A detecção precoce é a melhor forma de amenizar os danos causados pelo glaucoma, segundo explica o oftalmologista Vital Paulino Costa, presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma e Chefe do Setor de Glaucoma da Unicamp. "Em relação ao diagnóstico da doença ainda precisamos melhorar muito no Brasil. Existe grande parte da população que desconhece o glaucoma. Pelo menos 50% da população que tem glaucoma não sabe que tem", diz o especialista.
Abaixo, o médico tira algumas dúvidas sobre o glaucoma.
Portal da Band – O que é o glaucoma?
Vital Paulino Costa – É uma doença que afeta o nervo ótico, que leva informação do olho ao cérebro, e provoca perda de campo visual. A pessoa enxerga cada vez menos até a perda total da visão, se a doença não for tratada corretamente. O principal fator de risco é o
aumento da pressão do olho.
PB – Quem deve se preocupar com o glaucoma?
VPC – O glaucoma é mais frequente na população acima dos 40 anos. Dois por cento das pessoas acima desta idade são acometidas pela doença. Além disso, é mais frequente também nas pessoas da raça negra, míopes que utilizam lentes acima de seis graus, diabéticos que já tiveram doenças intraoculares e trauma ocular, e pessoas com antecedente familiar de glaucoma.
PB – Quais os sintomas do glaucoma?
VCP – Um dos grandes problemas do glaucoma é que é uma doença, em geral, assintomática. Noventa por cento dos casos não apresentam absolutamente nenhum sintoma, não há queixas de dor no olho, por exemplo. Isso torna ainda mais importante a consulta ao oftalmologista.
PB – Existe prevenção para a doença?
VPC - Não existe prevenção ao glaucoma, existe prevenção da cegueira que é causada por ele. Por isso, o ideal é começar o tratamento logo que for diagnosticado, pois a lesão é irreversível. Quanto mais cedo for detectada a doença menos chance de lesão do nervo ou campo visual o indivíduo terá. O ideal é que todas as pessoas com idade acima de 40 anos façam o exame oftalmológico anualmente.
PB – Como é o tratamento?
VPC - O tratamento inicia-se, em geral, com colírios para reduzir a pressão do olho. Se eles não forem eficazes, existe a terapia com o laser e por fim, se não houver resultado positivo, partimos para a cirurgia para reduzir a pressão ocular, a trabeculectomia. É importante lembrar que, uma vez diagnosticado, o tratamento é para o resto da vida. Uma das condições para o sucesso é que os pacientes realizem o tratamento de forma adequada, não deixem de pingar os colírios e continuem indo às consultas médicas. Não adianta diagnosticar sem fazer o acompanhamento.
Campanha
Entre os dias 21 e 26 de maio, a cidade de São Paulo será invadida pela dupla de atores “Olho e Colírio”, que vão alertar sobre a importância do diagnóstico precoce. Os atores irão visitar pontos de grande circulação na capital e distribuir cartilhas educativas sobre o glaucoma, além de interagir com a população e simular a importância do colírio para a visão no tratamento da doença.
As ações acontecem entre 9h e 15h nos locais abaixo:
21/5: Center 3, Conjunto Nacional e Estação Ana Rosa do Metrô
22/5: Praça. Buenos Aires, Praça Pérola Bayton e Praça do Correio
23/5: Escola Paulista de Medicina, ambulatórios infantil e adulto
24/5: Palestra do especialista Vital Paulino Costa no MASP às 12h
25/5: Praça da Sé
26/5: Parque Villa-Lobos - em parceria com a Fundação Dorina Nowill - atividades lúdicas.

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